quinta-feira, 7 de maio de 2015

Vitrais

por Tais Martins 


Os dedos quebrados alcançam ainda a sua face

A fotografia rasgada

Recai no chão

Como se estivesse enterrada no ontem

Preso ao tempo

Em que eu nunca havia te amado.



Cores do entardecer

Na minha agonia em sonhar fragmentos felizes

Numa história de folhetim.

As notícias velhas dão conta

De que a nossa imagem juntos  no porta retrato da sala

É somente um conjunto de cacos e resquícios.



As árvores da pracinha perderam as folhas

E os frutos de brilhos diferentes

Mostram a tonalidade

Dos beijos primaveris e outonais

Hoje não há mais encontros protegidos na beleza dos galhos

Mas sim um adeus na escuridão das raízes.



Nas janelas da galeria de arte

Observo os vitrais

Os quadros e as tintas multicoloridas...

Nesse momento pensei em nós e na nossa história

Outrora as vidas indissociáveis

hoje são vitrais e

As cores crepusculares

Hoje tem o cinza da tempestade...

Não significa que entre nós não houve amor,

Mas o que era amor

Hoje é fragmento de uma história sem final feliz.

E no peito sobram os vitrais

Como um caleidoscópio de emoções que foram

E já não são mais...

12/11/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário